Toda vez que assisto a algum filme protagonizado por Bridget Jones, tenho vontade de dedicar uma ópera a essa brilhante personagem do universo dos seres lascados. Nunca vi ninguém com mais imã que ela para atrair todo tipo de intempérie nessa vida de comédia romântica - vulgo novela mexicana. Mrs. Jones merece isso e muito mais, já que é uma sobrevivente muito digna dessa selva a que estamos expostas, everyday. Salve, Bridget!
Explicarei. Jones é uma jornalista londrina e balzaquiana, cuja vida gira em torno de noitadas infrutíferas e de algumas situações extremamente comuns a essa raça feminina, fadada ao humor involuntário. Trabalha em uma editora, já deu uns pega no chefe lindo e cafajeste e, logicamente, estrepou-se em virtude disso, além de narrar de maneira hilariante todas as suas desventuras e histórias em um diário de estimação. Tem como não amá-la? Bridget, essa linda, é uma humana incorrigível e, por isso, cativa tanto, por isso inspira tanto, por isso faz a gente se sentir menos fracassada nesse jogo diário que é viver. Ela é do nosso time.
Bridget é daquelas que dizem "eu te amo", com uns poucos dias de namoro, na primeira viagem a dois para o interior da cidade. Bridget é daquelas que pagam mico, quando todos esperam uma oratória perfeita e desenvoltura jornalística clássica. Bridget é daquelas que planejam peripécias culinárias fabulosas no dia do aniversário e, no entanto, acaba fazendo "sopa azul" para os amigos degustarem. Bridget é daquelas que escorregam nas próprias palavras, fazendo um estrago danado por ser afobada e atrapalhada. Bridget ataca a geladeira sem receio de ser feliz. Bridget é adepta do crazy-life-style e maquia-se para um importante jantar de "bacana", em um carro a 100Km/h. Ela não tem medo da vida.
Nossa representante da imprensa nascida na terra da Rainha é a heroína das comuns, das moças que guardam um sem-número de decepções na gaveta da escrivaninha, mas, todavia, não endurecem: apenas riem e seguem em frente. Confesso um segredo agora em primeira mão: creio que fomos separadas na maternidade. Sou sua fã. A cada topada na parede da minha gêmea, loira e verborrágica, rio com devoção em frente à televisão, pois, no fundo, sei que ali desfila um exemplar autêntico de mim mesma. De nós, gurias.
Comentários
mas achei muito massa o texto, a forma como foi escrito... hehe
por isso resolvi comentar mesmo assim... hehe
valeu!
Abraço!